A identificação com quem escreve me acompanha desde sempre. Não creio que uma pessoa se põe a escrever por ordens externas. Vejo como uma necessidade, uma obrigação íntima. Ou escrevo ou me afogo. Ou escrevo ou me sufoco. Ou escrevo ou me muero.
Quando criança, eu lia e escrevia ao mesmo tempo. Começava histórias sem fim. Talvez já tivesse em mim o desejo de eternidade. Adolescente, escrevia num diário sobre acontecimentos e meus sentimentos e, também, enviava muitas cartas de amor ridículas, de que falara Álvaro de Campos. Coitado de quem as recebia. Não tenho mais notícias dele, mas deve ter morrido asfixiado de amor falado. Simplesmente, minhas cartas e eu éramos ridículas.
Sobre a autora:
Ana Veiga nasceu em Coribe/BA e, aos vinte anos, se mudou para Brasília, onde reside atualmente. Sempre manifestou paixão por livros, leituras e tudo mais relacionado às artes. Gosta dos pequenos e grandes prazeres, entre os quais: um café quentinho, uma conversa interessante ou um vinho saboroso acompanhado de uma boa música ou de um livro instigante. Ama a família e preza muito por ela. Escreve desde menina e, recentemente, criou um blog literário (leiturana.com) por meio do qual expõe sua visão e interpretação dos acontecimentos do dia a dia, além de comentar, com perspicácia e sagacidade, as leituras que a impactam. Escritos do olhar é a materialização de uma gestação onírica de Ana Veiga, cujo rebento pode ser apreciado ao som de uma boa música e na companhia de um bom vinho!
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