Invisíveis Marias Histórias além das quatro paredes

A banalização da violência adentra grande parte das percepções de muitos dos operadores da Justiça (mas não de todos) que consideram a violência doméstica um problema menor ou então um problema que sequer deveria ser objeto do Direito Penal e bem tutelado pela Justiça.

É um sentimento que advém da ideia simplista de que não há complexidade nas relações familiares, que as relações familiares não estão entranhadas em relações de poder de gênero.

Ao escutarmos as histórias das Marias ficcionais criadas a partir de histórias de Marias reais, é difícil entender como não se sensibilizar com a complexidade das relações de poder e como não se inspirar no desejo por justiça a partir do profundo sofrimento e da situação vulnerável das mulheres nas relações familiares.

A autora, Rejane Jungluth Suxberger, capaz de nos contar, com tanta competência e fluência na escrita, histórias tão dolorosas e sofridas, é quem, como juíza, faz a escuta cuidadosa e sensível de mulheres que buscam acesso ao direito à não violência.

Sobre a autora: REJANE JUNGBLUTH SUXBERGER nasceu em Cachoeira do Sul em 1973.

Passou sua infância entre as cidades de Boa Vista e Cachoeira do Sul em razão da profissão de seu pai, militar do exército. Aos 15 anos de idade, mudou-se para Brasília, onde formou-se em direito e reside até hoje. Casada com o Promotor de Justiça Antonio Suxberger, é mãe do Joaquim e da Mariana.

Desde 2007 é Juíza do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e atualmente responde por uma vara especializada em violência doméstica.

Sobre o livro, diz: “espero que as histórias possam dar voz a tantas invisíveis Marias”.